#267 Como Lula vai lidar com o clima de “já ganhou”

pesquisa presencial da Quaest Consultoria divulgada ontem confirmou a liderança do ex-presidente Lula e aponta chance de vitória já no primeiro turno se as eleições fossem hoje.

No principal cenário, Lula tem 45%, Bolsonaro 23%, Moro e Ciro 7% cada, Doria e Janones 2% cada.

Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados, a porcentagem de indecisos é a menor dessa pesquisa: 48% não sabem em que votar e 28% citam Lula e 16% Bolsonaro.

Entre quem ganha até dois salários mínimos, Lula tem 55%. Entre quem ganha mais de 5 salários mínimos, Lula e Bolsonaro empatam.

Lula vence com folga todos os cenários de segundo turno.

Quanto à rejeição, 66% não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, 62% rejeitam Moro, 61% não votam em Doria, 54% não votam em Ciro Gomes e 43% não votariam em Lula. A julgar pela rejeição, o teto de votos de Lula é 57% dos eleitores.
 

LULA E O CLIMA DE JÁ GANHOU
Com essa nova pesquisa, o índice de todos os levantamentos deixa Lula com 42%, Bolsonaro com 25%, Moro com 8%, Ciro com 7%, Doria com 3%. Mesmo que os políticos digam que não acreditam em pesquisas, a verdade é que eles acreditam sim. Na liderança com folga, o ex-presidente Lula tem agora um novo adversário: o clima de já ganhou, que já fez tantas vítimas ao longo da história. 

Em 1985, na campanha para prefeitura de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso sentou na cadeira do então prefeito Mário Covas na véspera das eleições. Ele perdeu para Jânio Quadros, que desinfetou a cadeira antes de sentar. Depois, FHC disse que tinha combinado com fotógrafos que faria a foto para ser usada depois. No esporte, a certeza de vitória também já fez perdedores. Durante uma corrida de bicicletas do Campeonato Mundial de uma categoria sub-23 em 2016, o Adam Toupalik achou que tinha vencido a corrida uma volta antes para desespero dos narradores. Falando em narradores, como esquecer Galvão Bueno narrando a final da prova de 100 m borboleta na Olimpíada de Pequim 2008. 

E qual parece ser a estratégia do Lula contra o clima de “já ganhou”? Ele evita comprar as brigas que os adversários provocam, ignorando as críticas de Ciro Gomes e Sergio Moro, e foca em atacar o governo Bolsonaro. Ao mesmo tempo, segue tentando agregar mais setores em torno da sua candidatura, atuando como se precisasse de mais apoios para ganhar a eleição. Ele tem repetido, internamente, que as alianças, como ter Alckmin como vice, é um movimento focado na governabilidade.

A jornalista Eliane Cantanhêde, que é próxima do PSDB, disse ontem que é mais fácil achar um tucano pró-Lula do que um defensor da candidatura do Doria. Esta semana Lula se encontrou de novo com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Apesar de o PSD ter o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como pré-candidato, ninguém leva a sério, nem o Kassab, que já admite apoiar Lula no primeiro turno. 

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