Nunca antes na história deste país assistimos com alguma expectativa a posse de ministros na presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Mas tudo mudou.
Ontem Edson Fachin assumiu a presidência e Alexandre de Moraes a vice. Em agosto, o Xandão assumirá a presidência e vai comandar o órgão máximo da Justiça eleitoral nas eleições de outubro.
O TSE tem a obrigação de garantir uma eleição limpa e justa, defender a democracia e tem pela frente o seu principal desafio: enfrentar a máquina de mentiras do bolsonarismo. Mas, a julgar pelos discursos de ontem e pelos últimos acontecimentos, assim como em 2018, a milícia digital vai poder fazer o que quiser na campanha deste ano com garantia de impunidade.
A última tentativa dos gênios foi abrir espaço para militares no TSE, uma armadilha bolsonarista que os ministros caíram como patinhos.
E não é só isso: os milicos mandaram uma listinha de perguntas sobre o sistema, com a óbvia intenção de achar uma brecha para acusar fraude, e o TSE respondeu prontamente, municiando as milícias digitais com farto material.
Todos os sinais, os movimentos de um lado e de outro, indicam que a campanha deste ano deve ser ainda pior do que a de 2018, que culminou, com a conivência do TSE, com a eleição dessa desgraça chamada Bolsonaro como presidente.
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Já se passaram mais de 3 anos de um governo de extrema-direita, para dizer o mínimo, e mesmo assim Bolsonaro ainda não é chamado de extrema-direita pela grande mídia brasileira.
Mesmo visitando o líder extremista Viktor Orban na Hungria, citando o lema do fascismo italiano e reforçando seus laços com o extremista, isso tudo ainda não é suficiente para jornais e televisões mudarem seus manuais internos que proíbem que Bolsonaro seja chamado de extrema-direita.
Três anos depois de sucessivas provas de que o bolsonarismo é a extrema-direita e às vésperas de mais uma eleição, parece que, novamente, teremos uma omissão dos grandes veículos em chamar as coisas pelo nome.
Bolsonaro se encontrou com o líder extremista húngaro, Viktor Orbán. Bolsonaro chamou o líder homofóbico de irmão e usou um lema fascista para afirmar os supostos valores que eles representariam: “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. A expressão tem origem no fascismo italiano da década de 20 e foi replicado pelos integralistas no Brasil no mesmo período.
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A pesquisa presencial da Quaest Consultoria divulgada ontem confirmou a liderança do ex-presidente Lula e aponta chance de vitória já no primeiro turno se as eleições fossem hoje.
No principal cenário, Lula tem 45%, Bolsonaro 23%, Moro e Ciro 7% cada, Doria e Janones 2% cada.
Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados, a porcentagem de indecisos é a menor dessa pesquisa: 48% não sabem em que votar e 28% citam Lula e 16% Bolsonaro.
Entre quem ganha até dois salários mínimos, Lula tem 55%. Entre quem ganha mais de 5 salários mínimos, Lula e Bolsonaro empatam.
Lula vence com folga todos os cenários de segundo turno.
Quanto à rejeição, 66% não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, 62% rejeitam Moro, 61% não votam em Doria, 54% não votam em Ciro Gomes e 43% não votariam em Lula. A julgar pela rejeição, o teto de votos de Lula é 57% dos eleitores.
LULA E O CLIMA DE JÁ GANHOU Com essa nova pesquisa, o índice de todos os levantamentos deixa Lula com 42%, Bolsonaro com 25%, Moro com 8%, Ciro com 7%, Doria com 3%. Mesmo que os políticos digam que não acreditam em pesquisas, a verdade é que eles acreditam sim. Na liderança com folga, o ex-presidente Lula tem agora um novo adversário: o clima de já ganhou, que já fez tantas vítimas ao longo da história.
Em 1985, na campanha para prefeitura de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso sentou na cadeira do então prefeito Mário Covas na véspera das eleições. Ele perdeu para Jânio Quadros, que desinfetou a cadeira antes de sentar. Depois, FHC disse que tinha combinado com fotógrafos que faria a foto para ser usada depois. No esporte, a certeza de vitória também já fez perdedores. Durante uma corrida de bicicletas do Campeonato Mundial de uma categoria sub-23 em 2016, o Adam Toupalik achou que tinha vencido a corrida uma volta antes para desespero dos narradores. Falando em narradores, como esquecer Galvão Bueno narrando a final da prova de 100 m borboleta na Olimpíada de Pequim 2008.
E qual parece ser a estratégia do Lula contra o clima de “já ganhou”? Ele evita comprar as brigas que os adversários provocam, ignorando as críticas de Ciro Gomes e Sergio Moro, e foca em atacar o governo Bolsonaro. Ao mesmo tempo, segue tentando agregar mais setores em torno da sua candidatura, atuando como se precisasse de mais apoios para ganhar a eleição. Ele tem repetido, internamente, que as alianças, como ter Alckmin como vice, é um movimento focado na governabilidade.
A jornalista Eliane Cantanhêde, que é próxima do PSDB, disse ontem que é mais fácil achar um tucano pró-Lula do que um defensor da candidatura do Doria. Esta semana Lula se encontrou de novo com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Apesar de o PSD ter o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como pré-candidato, ninguém leva a sério, nem o Kassab, que já admite apoiar Lula no primeiro turno.
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Recentemente o jornal da Igreja Universal publicou um texto que dizia que era impossível ser cristão de esquerda.
A publicação no jornal gratuito da igreja do Bispo Macedo é só a ponta do iceberg da desinformação com teor religioso que já começou a inundar as redes sociais e os aplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram.
Ainda faltam meses para a eleição, mas a máquina bolsonarista de fake news já está trabalhando a todo o vapor. Reportagem desta semana da Folha mostra que Lula e Moro são os alvos preferenciais, o que deixa evidente quem está por trás das mentiras. E as fake news envolvendo políticos, algumas recicladas de 2018, miram principalmente o público religioso. Um reflexo das pesquisas recentes que mostraram que Bolsonaro já perde parte do eleitorado evangélico. Em pesquisa recente do site Poder 360, Lula e Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados nesse grupo de eleitores.
Um portal de mentiras tem como manchete “homem faz tatuagem no ânus em protesto a Bolsonaro”. Os exemplos vão além do grotesco com intenção de chocar, mas mantêm um padrão de tema moral, conservador ou religioso. Ontem mesmo a Revista Fórum constatou que circulou em grupos de WhatsApp bolsonaristas um tuíte falsamente atribuído ao ex-presidente Lula em defesa da ação do vereador Renato Freitas, que liderou uma manifestação dentro de uma igreja em Curitiba. O texto grosseiro simula o ex-presidente dizendo que vai cobrar impostos das igrejas e obrigá-las a casar casais gays.
Também foi reciclada a já famosa fake news envolvendo o padre Marcelo Rossi. Voltou a circular uma mensagem de áudio com críticas à esquerda atribuídas ao padre Marcelo Rossi, que surgiu em 2018 e já foi desmentida até pelo próprio. O Portal G1, através da agência de checagem “É fato ou fake”, descobriu que o áudio, na verdade, foi gravado por um líder da igreja evangélica Bola de Neve.
Também voltou a circular um vídeo que mostra um guia turístico dizendo que o Lula se recusou deixar flores em homenagem às vítimas do Holocausto quando visitou Israel, e que isso teria causado um incidente diplomático. A informação analisada pela agência Lupa é falsa. Diferente do que afirma o homem na gravação, o ex-presidente Lula viajou para Israel e prestou homenagem às vítimas do Holocausto, deixando uma coroa de flores em um museu israelense. A viagem aconteceu em 2010, durante o último ano de governo do petista.
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Bolsonaro mostrou documentos em uma live no ano passado. Apesar de ter cometido crime, a PF diz que como o presidente tem foro privilegiado, a investigação foi encerrada.
A delegada Denisse Ribeiro enviou ao ministro Alexandre de Moraes a conclusão do inquérito.
Para a delegada, Bolsonaro cometeu crime de violação de sigilo, uma vez que a todo servidor público é determinado que guarde segredo de informações confidenciais.
Sobre a ausência de Bolsonaro no depoimento sobre o caso, ela alega que não fez diferença nenhuma.
A delegada do caso é a mesma que prendeu o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, por ameaças aos ministros do STF.
Agora a investigação que concluiu que o presidente cometeu mais um crime deve ir para a gaveta do PGR.
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Hoje o presidente vai ter que depor à Polícia Federal a mando do ministro Alexandre de Moraes.
É naquela investigação sobre o vazamento de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao TSE que o Bolsonaro divulgou.
Já o ex-juiz Sergio Moro vai tentar explicar a sua relação de trabalho com a consultoria que atendeu empresas prejudicadas pela Lava Jato.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, intimou o presidente Bolsonaro a prestar depoimento hoje às 2 da tarde na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal. Bolsonaro será ouvido na investigação que apura o vazamento de um inquérito sigiloso da PF sobre um ataque hacker ao TSE que o presidente postou no Twitter para criticar o sistema eleitoral. Como o presidente não se apresentou para depor dentro do prazo, o ministro decidiu agendar o depoimento.
O ex-presidente Lula deu a entender que não terá a ex-presidenta Dilma Rousseff integrando sua equipe em um provável futuro governo do PT.
Em entrevista a uma rádio do interior de São Paulo, o ex-presidente voltou a confirmar a intenção de ter uma chapa com Geraldo Alckmin, mas ao ser perguntado sobre o papel de Dilma, Lula respondeu que a ex-presidenta, apesar de todas as qualidades técnicas, não manda bem na política. Ela não tem a paciência necessária, disse Lula.
A ex-presidenta Dilma seria contra a aliança com Alckmin. De acordo com bastidores revelados pela imprensa e nunca desmentidos, ela chegou a avisar Lula que o Companheiro Geraldo será o Temer dele. Ao que defensores de Lula responderam: “Mas Lula não será Dilma”.
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O PDT lançou a pré-candidatura de Ciro Gomesem um evento na sexta-feira passada. No sábado, o partido comemorou o centenário de Leonel Brizola.
Em um longo discurso, Ciro focou em suas propostas econômicas, prometeu acabar com o teto de gastos, taxar grandes fortunas e criar um programa de renda mínima com o nome de Eduardo Suplicy.
O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes lançou oficialmente sua pré-candidatura à presidência pelo PDT na sexta-feira com um discurso centrado em propostas econômicas.
Sob o lema “a rebeldia da esperança”, idealizado pelo marqueteiro João Santana, ele prometeu abolir o teto de gastos para destravar investimentos públicos e revisar a reforma trabalhista. Para aumentar a receita, Ciro defende a tributação de lucros e dividendos “dos ricos” e um corte de 15% nos incentivos fiscais.
Logo após o lançamento, Ciro deu uma entrevista coletiva. O jornalista Luís Costa Pinto, do site Brasil 247, perguntou se em 2022, caso não vá para o segundo turno, Ciro se unirá ao candidato de esquerda que estiver na rodada final ou vai se ausentar, como fez em 2018, quando viajou a Paris. Na resposta, Ciro Gomes atacou o site, que chamou de panfleto do Lula e acusou de ser financiado com dinheiro sujo.
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Para Flávio Dino (PSB), as manifestações da esquerda pelo impeachment do presidente Bolsonaro foram “vitoriosas” ao colocar nas ruas as críticas à má gestão do governo na pandemia e na economia. No entanto, o governador do Maranhão chamou de “episódio equivocado” a tentativa de agressão ocorridas em São Paulo contra Ciro Gomes.
_Não teremos resultados políticos mais expressivos se não houver a compreensão de que as diferenças são legítimas, mas que é preciso também compreender quem é o adversário principal, comentou Dino.
O governador maranhense voltou a alertar sobre as ameaças à democracia pelo bolsonarismo.
_Essas ameaças não foram afastadas. Diferente de alguns que acreditam que aquela carta escrita pelo Temer resolveu tudo, mas eu não acredito nisso. O bolsonarismo e a extrema-direita não renunciaram aos seus reais propósitos de subversão da Constituição e de destruição do aparato institucional democrático, alertou Flávio Dino.
Durante a entrevista, o governador ainda falou sobre a recente troca de partido – ele saiu do PCdoB e foi para o PSB – e comparou com uma mudança de casa “para o mesmo bairro”. Flávio Dino também atualizou a situação da pandemia no Maranhão e falou sobre as ações do governo.
Ouça a entrevista na íntegra na edição #192 do Primeiro Café:
O ex-ministro Tarso Genro foi o primeiro entrevistado da série Primeiro Café pela Democracia. Carlos Lupi, Flavio Dino e Marina Silva são os próximos.
O ex-ministro da Justiça e da Educação e ex-governador do RS pelo PT, Tarso Genro, foi o primeiro entrevistado da série que ouvirá lideranças políticas quando falta um ano para a eleição de 2022.
Durante a conversa de cerca de 40 minutos, Tarso Genro falou sobre as manifestações pelo impeachment de Bolsonaro do último sábado.
_ Em termos de mobilização política e social as placas tectônicas recém começam a se movimentar. Essa foi a primeira grande experiência unitária. Eu acho que foi boa. Teve esses pontos baixos, a relação entre aliados em um momento como esse é muito complexa porque envolve também disputas eleitorais, mas eu acho que o saldo é muito positivo e traz experiências, disse Tarso.
O ex-ministro também comentou o cenário eleitoral para 2022, defendeu “bloquear” Bolsonaro e falou também sobre seu futuro político, descartando uma possível candidatura. Tarso Genro comentou ainda a posição do ex-presidente Lula nas pesquisas eleitorais e revelou o surgimento de um novo centro democrático em alternativa ao fisiológico centrão.
_Eu acho que a grande questão que se coloca hoje no Brasil é a formação de um centro político estável. Esse centro político foi ocupado ao longo de 88 até agora por uma articulação de caráter fisiológico e regionalista que vai dando estabilidade a todos os governos a troco de um orçamento muito complicado. Isso leva a um conjunto de deformações no espectro político do país, disse Tarso.
Ouça a entrevista na íntegra na edição #190 do Primeiro Café: